Belo Monte

Boa madrugada chuvosa amiguinhos e amiguinhas,

Ultimamente virou um grande debate a construção da Usina de Belo Monte, principalmente depois do vídeo que os atores da Globo fizeram. O vídeo é muito ruim, nem vou adjetivá-lo porque sou meio mau quando o faço, mas ele é péssimo. Maitê tirando a roupa, sério! O vídeo não tem base nenhuma e eles ainda apelam para um humor esdruxulo que o faz perder a credibilidade. Porém, bem ou mal, trouxe uma grande discussão sobre a construção.

Dentro do Youtube, existem milhares de vídeos contra e a favor, eu gostei muito de um que a MTV fez com um humor interessante, diferente do da Globo, resumiu o vídeo em uma coisa: se informe!

Bom, eu particularmente sou contra a construção, mas admito: eu não tenho muita base sobre o assunto para defender. Eu fiz uma matéria na faculdade que era estudo do apagão e da distribuição energética e a principal conclusão que chegamos era que o problema do Brasil é o grande gasto (financeiro e energético) de transporte de energia, pois o país depende de Itaipu. Outras conclusões foram básicas, como dependência de uma usina, falta de investimento em outras fontes, altos custos em fontes renováveis, poluição das hidroelétricas etc, etc, etc. Resumimos dizendo que construir usinas gigantescas acarreta em levar essa energia para todo o país, grande custo de transporte e grande perda de energia, melhor outras tantas pequenas usinas, assim como outras fontes. Basicamente, e pela minha falta de base, eu sou contra Belo Monte.

Bom, eu fiz uma pequena pesquisa no youtube, afinal vídeo é uma ótima forma de divulgar informações. Há muitos vídeos ruins, eu destaco esse como um dos piores e dos mais difundidos. Piores, pois a base do argumento deles é que os índios estão sendo “estrangeirizados” para que outros países consigam tomar posse da Amazônia e se os estrangeiros não querem a construção da usina, então significa que temos que construir. Calma lá amiguinho! Claro que todos babam pela Amazônia e acredito que muitos não querem uma evolução do país, mas são brigas diferentes! Pode até ser haver esse argumento, mas há outros tantos fatos na história!

Eu vi bastante vídeos e quero ler alguns textos técnicos para me informar mais, mas recomendo dois vídeos a favor da construção:

Verifique os Fatos – Belo Monte

Tempestade em copo d’água?

E recomendo esse ótimo contra:

Belo Monte é a Gota d’água?

Os vídeos possuem textos em sua descrição, dá uma conferida e se informe.

Outros países de primeiro mundo estão investindo na produção de outros tipos de energias, principalmente a solar. Vale destacar que eles não possuem tantos rios e que somos terceiro mundo, mas fico me perguntando até quando teremos essa mentalidade de terceiro mundo, pois me parece que cada vez mais nos atrasa. Não nos falta dinheiro, visto que hoje saiu a noticia que somos a sexta maior economia do mundo. Escandalizo-me com a naturalidade que vemos o quanto será superfaturado, assim como os estádios da copa, e achamos natural. Nos anos 60, nossa mentalidade de terceiros mundistas a evoluir a qualquer preço implantou o sistema rodoviário no país, hoje vemos que a longo prazo foi um grande erro, faremos o mesmo sobre a usina?

Para relaxar depois desse tema, um vídeo do Rafinha Bastos sobre a usina.

Feliz Natal e ano novo coleguinhas!

Le Petit Nicolas

De uns tempos pra cá acho que tenho andado com o instinto materno aflorado porque tenho achado fofas todas as crianças que vejo. Mas não é por isso que escolhi este post.
Também tenho visto muitos filmes ultimamente, e decidi escrever sobre este que eu vi semana passada. O pequeno Nicolau, inspirado na obra escrita de mesmo nome de Jean-Jacques Sempé,o filme também é francês. Mas não é uma recomendação o que pretendo aqui, provavelmente não seja um filme que agrade a qualquer um, e no Brasil inclusive foi lançado como um filme infantil, embora eu acredito que não seja.
Contando com os personagens básicos, o gordinho, o riquinho e o nerds, toda a trama se desenvolve a partir da escuta de trechos de conversas dos adultos que misturados com toda a criatividade da mente dos protagonistas gera um roteiro completamente não plausível para qualquer adulto, mas muito real para as crianças.
Dai, vendo o filme eu fiquei com uma sensação muito boa de como é incrível as vezes não entender tudo que se passa ao seu lado, em ter como seu mundo a sua casa e seus amigos do colégio, ter como a maior preocupação do dia fugir da professora chata, não ter noção dos problemas da sua família, só ficar muito feliz quando seu pai chega em casa.
Também, outra coisa que é mostrada no filme e que as muitas vezes esquecemos, é relacionar-se com pessoas sem interesse nenhum, o gordinho, o rico, e os outros são apenas moleques, ninguém é mais amigo do riquinho, ou o acha mais interessante. Parece meio banal, mas eu acho que para os adultos é tão difícil! Não digo interesses óbvios, mas todo mundo quer ser simpático com o chefe, respeita com muito mais facilidade uma pessoa que tem grana, e por ai vai…Sempre precisamos parecer mais interessantes, mais atraentes do que realmente somos para pensarmos que somos mais amados e mais admirados, por isso me fez muito bem ser lembrada de que é possível ter alguma coisa mais sincera as vezes.

Aquarela

Faz algum tempo eu disse em um post que ia começar a experimentar com aquarelas, por diversos motivos, vontade, influencia do cartunista Liniers, tfg….

Admito não ter me aventurado tanto assim, e também encontrei um monte de dificuldades.   Não é facil fazer uma aquarela.. A escolha do que desenhar veio ocasionalmente enquanto eu já estava com o pincel na mão… é tudo assim bem básico, bem desenho de criança..vou colocar aqui então algumas dessas brincadeiras.

E junto com isso, vou colocar um trecho de um livro, que eu gosto muito, e que mexe muito comigo sempre… e talvez ele até combine um pouco com o tom pessoal do post e dos desenhos. É do livro One Day. É triste, mas bonito, e em ingles.

“She philosophically noted dates as they came past in the revolution of the year; . . . her own birthday; and every other day individualized by incidents in which she had taken some share. She suddenly thought one afternoon, when looking in the glass at her fairness, that there was yet another date, of greater importance to her than those; that of her own death, when all these charms would have disappeared; a day which lay sly and unseen among all the other days of the year, giving no sign or sound when she annually passed over it; but not the less surely there. When was it?” Then Emma Mayhew dies, and everything that she thought or felt vanishes and is gone forever.

hasta la proxima! 

Tristeza não tem fim, felicidade sim

Olá a todos.

Hoje o post vai ser curtinho porque a inspiração anda meio perdida de mim. Então, em vez de escrever, aí vai uma dica de um site muito legal!

Há algum tempo, tomei conhecimento de um projeto que propunha uma série de mini-documentários sobre a tristeza, não entendida de uma forma de dor, mas por um olhar poético. Recomendo a visita ao site do projeto, que se chama “O que é tristeza pra você”, através do link http://oqueetristezapravoce.com.br/. Recomendo ver todos os vídeos, são muito bons!

Em particular, o vídeo de Hélio Leites, o primeiro que assisti, me encanta pelo tema, pela fotografia, pelo olhar do autor, pela trilha sonora com participação do grande amigo Fê Sztok

Dani

Acquedotto Felice

Olá amiguinhos e amiguinhas,

Final de semestre é aquela correria de sempre e junto com greve, estágio e o maledetto PEF, logo não fiquei muito tempo preparando meu post. Então vou colocar para vocês verem esse simpático vídeo que um amigo de um amigo fez sobre o Aqueduto Felice, de Roma.

O vídeo faz parte de uma proposta de estudo do entorno próximo do aqueduto, seus moradores, paisagens, etc. É legal que o viaduto começa no perímetro da cidade histórica e corre pela periferia, então é uma visão diferente do que temos da cidade romana.


Deu uma vontade de comer gnocchi e tomar um sorvete!

Do outro lado: Istvan Banyai e Life in a day

Duas produções incríveis passaram na minha vida essa semana e me fizeram sentir sensações bastante parecidas. Uma um livro e outra um filme. E me fizeram pensar como muitas vezes esquecemos o quanto o mundo é grande e nós somos pequenos, apenas uma parte dessa grande e incrível rede que interliga todo o planeta.

Bom, vamos lá. Segunda-feira estava passeando pela lojinha do espaço Unibanco como quem não quer nada, esperando o filme começar e me deparei com esse livro. Acho que por causa do meu tfg o título acabou chamando minha atenção, mas depois que comecei a folhear, percebi a genialidade da coisa.

O livro se chama “O outro lado” de um ilustrador e fotógrafo húngaro chamado Istvan Banyai, e ele mostra com desenhos, em uma página o que existe de um lado, e quando viramos a página o que estava do outro. É difícil explicar, mas ele constrói belíssimas narrativas com um traço simples e muita leveza ao contar a história. Por exemplo, em uma página vemos uma menina que observa um aviãozinho de papel no céu, e na outra página vemos o menino jogando os aviões. Dessa maneira o livro vai prendendo nossa atenção, passeamos pelas páginas sempre querendo saber o que está do outro lado.

A descrição no site da Livraria Cultura explica bem: “Dependendo do ponto de vista, a mesma situação pode ter infinitas percepções diferentes, prova de que nem tudo é exatamente o que parece ao primeiro olhar. Um inteligente jogo de enigmas ganha complexidade a cada página e instiga o leitor a questionar sua própria realidade. As ilustrações desafiam o leitor a desvendar todos os ‘outros lados’; dentro e fora, em cima e embaixo, quente e frio, perto e longe, claro e escuro, ficção e realidade. Curioso e estimulante, é um livro feito sob medida para pessoas atentas aos detalhes”.

Algumas imagens e embaixo o site com a descrição do livro:

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=8575036734

Já o filme, chegou até mim por um amigo querido, e acabei assistindo quinta-feira da mesma semana. Ele chama “Life in a day”, e foi criado a partir de 80 mil videos, 4500 horas de filmagens, vindas de 192 países diferentes. Vou explicar melhor. A ideia veio de uma parceria entre o YouTube, a Ridley Scott Associates e a LG, que anunciaram no dia 06 de julho de 2010 que quem quisesse participar poderia mandar um vídeo sobre o que aconteceu na sua vida no dia 24 de julho de 2010. Depois de receber essa tonelada de imagens do mundo todo o diretor Kevin Macdonald e o editor do filme Joe Walker organizaram e produziram um filme de aproximadamente 94 minutos, que mostra essa diversidade incrível de informação. Uma coisa bem interessante é que todos os autores das imagens escolhidas são creditados como co-diretores.

Além do lance surreal de ser algo feito de maneira coletiva, depois que assisti o filme fiquei mergulhada nessa sensação de como o mundo é grande, como pode tudo isso ser verdade e ter acontecido no mesmo dia! 24 horas de história! E isso é tão pouco pra história da Terra!

Bom, vale conferir! Aqui fica o link do Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=JaFVr_cJJIY&feature=watch-now-button&wide=1&has_verified=1&oref=http%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fl.php%3Fu%3Dhttp%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DJaFVr_cJJIY%26feature%3Dwatch-now-button%26wide%3D1%26has_verified%3D1&h=qAQF4R6ULAQHYu-buv9wzlz781R_edmULpTwIYqXpWNAYvg

A favor da margem

Com todos esse acontecimentos da USP, o que mais me espanta é a reação linha dura da própria comunidade estudantil. Nem sei se podemos chamar de “comunidade”, porque o que vi até agora foi um verdadeiro show de ofensas, falta de diálogo e vontade zero de ouvir o que o outro tem a dizer. Cada um defendendo o seu lado e seja o que Deus quiser.

Por acaso tenho estudado muito a época da Tropicália. Não, não vou fazer comparações com a ditadura. Superemos. Mas uma coisa muito presente, hoje e sempre, no Brasil e em qualquer parte do mundo (pelo menos do mundo capitalista), é esse conceito assustador de massa. Antes combatíamos o sistema. Agora, o sistema é tão forte, tão complexo e organizado, que não necessita mais se defender. A massa o defende e o segue, todos muito bem comportados.

Por isso odeio escadas rolantes. É uma analogia tosca, mas me sinto completamente parte do rebanho, esperando minha vez de subir ou descer. Em cada escada rolante me deprimo e penso: é, o sistema é maior que eu.

Voltando à tropicália, nessa época surgiu, assim como em muitas outras épocas e em outros movimentos, uma galera que ao menos tentava sair desse fluxo, desse rio de pessoas caminhando sem saber porque. Eles queriam ir pra margem. Já falaram do Hélio Oiticica aqui, mas sempre vale repetir.

A imagem clássica da Tropicália

Eu particularmente acredito na revolução através da arte, hoje. Já acreditei de outras formas e não acho que seja a única forma, mas não vem ao caso. O que vem ao caso é que estamos cada vez mais próximos de trabalhar, de ser alguém e ser mais um na máquina. Um tfg é importante, mas não é tudo. Um diploma é importante, mas o continuar pensando e agindo é mais. Tenho medo de um dia ser uma pessoa que só pensa o mundo sentadinho no conforto do lar, na minha poltrona mais confortável depois de um dia de trabalho mecânico, através de redes sociais. Tenho medo de que chegue o dia onde a gente esteja mais preocupado em trabalhar, ser “alguém” na vida, ter filhos e uma boa banheira em casa. E só.

Por isso esse post é um convite quase ingênuo, porém verdadeiro, de que sejamos cada vez mais marginais. De que saiamos o máximo possível desse rio e desse rebanho. Porque o Oiticica estava certo. Conseguir viver à margem é mesmo um ato de heroísmo.

Beijos povo!

Conflitos

Eu tinha um post pronto para hoje, mas, dadas as circunstâncias desta semana, não poderia postá-lo e me calar sobre os últimos acontecimentos. mesmo porque o assunto é um só: conflitos.

A ideia inicial era trazer pro blog uma discussão sobre a crise de Wall Street. Depois pensei em completar (não o fiz) fazendo um paralelo com os conflitos da chamada Primavera Árabe (resolvi manter o post por falta de tempo hábil em elaborá-lo junto com essa discussão inicial).

Acontece que eu venho há meses assistindo – na mídia e na internet – os conflitos e a repressão à população revoltosa em países árabes com regimes autoritários: o Estado, para se manter no poder, usa todas as suas forças para tal, inclusive se voltando contra o seu povo, por meio de repressões policiais e militares violentas, ocasionalmente (ou frequentemente) terminando em mortos, mas, certamente, terminando com muitos feridos e uma população humilhada, desprovida de seus direitos (o que eu considero ser um direito, mesmo não sendo necessariamente compreendido como tal naqueles governos) de manifestação, de liberdade de se expressarem e reivindicarem melhorias.

Nesse meio tempo, o movimento Occupy Wall Street e as grandes manifestações no mundo ocidental ganharam força frente à crise mundial iniciada em 2008 e que ameaça a estabilidade econômica de países e de blocos mundiais, bem como as medidas de austeridade impostas pelo FMI como contrapartida aos empréstimos de recursos monetários exorbitantes, em troca de uma política econômica de retração, de contenção de ações sociais, etc. (confesso que conheço muito pouco sobre o assunto).

Se, anos atrás (nossa, já faz mais de uma década!) no Brasil, nos calamos frente às imposições do FMI e sua política neoliberal que terminou de esfacelar as poucas conquistas sociais deste estado patrimonialista, o povo dos países que sofrem com a chamada Crise do Mundo Desenvolvido não se cala. Não vem ao caso discutir aqui as diferenças entre nós e eles, que nos levaram a ações tão distintas. Fato é que as reivindicações nos EUA e na Europa fizeram crescer uma população, composta sobretudo por jovens, de manifestantes permanentes nos espaços públicos, que exige com muita energia, melhorias sociais.

A partir disso, meu post inicial seguia fazendo relações de como o Estado age também nos EUA contra a sua população revoltosa.

Aqui cabe o aparte quanto aos acontecimentos da semana: a reintegração de posse violenta do prédio da Reitoria da USP foi tão brutal quanto às ações do governo líbio ou sírio durante a Primavera Árabe, ou mesmo contra os manifestantes do Occupy. Não quero aqui entrar no mérito se a ocupação da Reitoria era legítima ou não, se o motivo dos estudantes terem se rebelado era pela presença opressiva da PM no Campus ou sobre a legalização da maconha. Agora isso já não tem mais importância.

Reintegração de posse na USP (08/11/2011). Arma pesada contra estudante.

Provou-se o poder bélico do nosso estado! Exagerei? Acredito que não. A imagem da arma apontada para a estudante é uma imagem tão chocante que fala por si: não é essa a ação policial que eu quero na minha sociedade. Mesmo se fosse um bandido. Não é assim que eu quero que a polícia da minha cidade aja para promover a segurança da cidade onde eu moro. Mesmo quem descumpre a lei deve ser tratado com respeito. Principalmente pela polícia, que é a “mantenedora da ordem”, que é a responsável pela paz e segurança, e por tirar das ruas os criminosos (?).

Pois bem. Que ordem é essa que queremos? Que sociedade é essa que, ao redor do mundo, não importa se em regime ditatorial ou democrático, vale-se do poder bélico do Estado para coibir, coagir e silenciar seu povo, para liquidar à força e sem diálogo os conflitos urbanos e sociais inerentes ao sistema que ele próprio mantém? Como podemos nos calar frente a tanta barbárie? Sim. Barbárie, porque quando o Estado cala o diálogo, fecha toda e qualquer possibilidade de acordo de seus conflitos, é impossível que se busque a paz e a segurança. Nem dentro dos muros da escola.

A cenas de ontem me chocaram, bem como os relatos dos alunos que ali estavam, a frieza com que a operação (de guerra) foi montada pelo Reitor e pelo Governador. Diante de todas essas medidas, é preciso não se calar. É preciso gritar cada vez mais alto até que se possa ser ouvido, não importa por qual idioma, em qual cultura ou regime sócio-político. Pelos direitos humanos, pelos direitos básicos de manifesto, de livre expressão, de reivindicações sociais, chega de usar as armas da polícia e partamos, por favor, ao debate (este sim, profundo e caloroso) intelectual e político.

(Sobre o conflito na USP, recomendo – por compartilhar da opinião deles mas, sobretudo, por serem sérios e não meras expeculações e sensacionalismos midiáticos –  dentre as muitas coisas que li, o texto do Marcelo Rubens Paiva http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/geracao-mascarada/ e o texto do Matheus Pichonelli http://www.cartacapital.com.br/blog/sociedade/ocupacao-patetica-reacao-tenebrosa/#.TrslDlJRMNR.facebook)

Crise em Wall Street (o post original para este dia)

Tanto a crise do Sub-Prime quanto as suas consequências desde 2008 têm me despertado particular interesse, mesmo que eu não entenda exatamente todo esse processo macroeconômico.

As manifestações na Espanha e o movimento Occupy Wall Street mostram o outro lado dessa crise, mais humano, mais palpável para mim, que sou leiga no assunto.

o site oficial da ocupação de Wall Street é o http://occupywallst.org

Em particular, recomendo esse vídeo, sobre o 1o mês completado do movimento. http://occupywallst.org/article/where-do-we-go-here/

Outro vídeo que assisti na internet, fazia um paralelo entre a violência policial de repressão ao Occupy e o discurso de Barack Obama e Hillary Clinton pela liberdade de expressão e de manifestação e democracia ao criticarem veementemente a violência utilizada pelos governos para reprimir a Primavera Árabe.

Esses dias, em discussão com uns amigos, me passaram um vídeo que explica, com desenhos e de forma leve, o início da cirse do sub-prime, que arrasou os EUA e ameaça o mundo capitalista.

Segue o link: http://crisisofcredit.com/

Favela Rising

O Gabs, aqui mesmo no blog, me sugeriu de ver o filme “O poder de um Jovem” (The Power of One, 1992) e eu gostei muito. Não vou entrar muito nos méritos dele, mas se passa na África do Sul e é sobre a Apartheid. Logo após terem voltados de uma das regiões/ bairros/ cidade (não sei muito bem como eram definido as divisões) destinado aos negros, Maria (branca, filha de um dos pais da Apartheid), em sua mansão, conversa com P.K. (também branco, é o protagonista) e ela diz que não imaginava as condições que os negros moravam, achava que era como ela, mas em casas um pouco menores. Esses bairros negros, morfologicamente falando, eram favelas.

Deste que eu voltei, tenho na minha cabeça a idéia de conhecer mais a realidade ridícula de nosso país, porque acho que somos como a Maria, acho que não sabemos a realidade de tantas pessoas ao nosso redor vivem. Sua empregada doméstica, meu porteiro, aquele cobrador, a tia da cantina, a moça do café e o cara da xérox não vivem em casas como as nossas, só um pouco menor, mas vivem em habitações nada saudáveis, em favelas.

Não é muito difícil pensar porque nos acho ignorantes. Quantas vezes não falamos ou ouvimos comentários sobre como a África sofre e como deveríamos ajudá-la, mas ao mesmo tempo temos milhões de favelados no Brasil. Cara, a gente tem a Indústria da Seca no nordeste!

Como é criada uma imagem que todo favelado* é o Zé Pequeno, evitamos o máximo possível entrar em contato e o que sabemos dessas habitações é o que vemos na TV e, é claro, nunca ligamos as imagens da telinha com a realidade e achamos que nossas faxineiras moram em casas como as nossas, só um pouco menores…

Agora tenta imaginar uma história assim:

Você mora em uma favela e seu irmão acaba sendo assassinado em uma chacina. O que você faz? Explodiria tudo? Bom, o Anderson Sá teve uma idéia relativamente simples e uma força de vontade monstruosa.

No meio de tudo, de uma chacina com o irmão envolvido, ele pensou que formando um grupo social cultural musical ele afastaria as pessoas do tráfico e violência, trazendo uma proposta de futuro melhor. Não é uma idéia simples? Basicamente é o que falam todos os dias que devia ser feito, dar oportunidade aos favelados. Mas o cara foi lá e fez, isso é incrível. O tal grupo é o AfroReggae e essa história é registrada no documentário Favela Rising e essa é a dica do meu post de hoje, em véspera de prova de PEF. Assistam amiguinhos!!

* Reparou que peso a palavra “favelado” trás com ela, violência e tudo de pior.

OBS: Adivinha qual solução os negros pensaram para combater a miséria e a Apartheid, ah… educação…

Reflexões sobre nosso ensino

Outro dia fui ver a apresentação de tese de mestrado de uma amiga da minha mãe, que é professora da rede de ensino público e estava apresentando o seguinte trabalho na PUC:”O novo currículo de ciências físicas e biológicas do estado de são Paulo”.
Era basicamente uma avaliação sobre a proposta curricular que entrou em vigor no estado de SP em 2008. O estudo buscava investigar como isso foi absorvido nas salas de aula, pois trata-se de uma cartilha que diz exatamente o que o professor deve fazer em classe, independente do material que tenha disponível e as especificidades dos alunos de cada escola. Bom, isso me impressionou um pouco, o governo espera que TODOS os estudantes do estado façam os mesmos exercícios, leiam as mesmas frases, tenham as mesmas perguntas etc. Não se trata de um conteúdo básico que deve ser ensinado e será cobrado em provas tipo vestibular, mas sim de pensar que todos os professores vão ler as mesmas frases, fazer as mesmas brincadeiras, estimular os alunos da mesma forma e esperar que os alunos dêem um retorno igual e já pré determinado por esta cartilha. Me pareceu demasiada padronização do ser humano. E isso foi somado a uma outra parte do estudo dela que também me chamou muita atenção, um estudo sobre a historia do ensino de biologia ( ela é professora de biologia) que eu não lembro direito, só lembro de duas fases:
– biologia como estudo do espaço (no período da guerra fria), ou seja, nesse período o Estado jugava mais importante o estudo do espaço, astros, planetas etc, do que outras partes da biologia devido a tudo que ocorria no período.
– biologia sendo sinônimo de sustentabilide (período atual) porque é um dos maiores assuntos em pauta hoje em dia.
Dai eu fiquei pensando, você é uma criança de 10 anos de idade e dependendo do período que você nasceu, voce vai aprender sobre planetas mais do que corpo humano, ou sobre água mais do que planetas, e voce não tem noção nenhuma de que isso foi determinado por inúmeras questões, muitas delas políticas, que estão muito acima de você, e talvez nem sua professora tenha essa noção. Quer dizer, nós não temos noção da infinidade de fatores que está acima de cada indivíduo e que determina uma parte do que ele é. Fiquei pensando que existe uma padronização da qual não se pode fugir, que vem de fora pra dentro, e que vai muito além de moda, corte de cabelo, cor de sei la o que, é sobre o que cada indivíduo é, ou pensa que é.
Bom, essa foi só uma reflexão que tive depois de ver a apresentação da tese, não pretendo de chegar numa resposta…..mas pelo menos fiquei feliz que uma das conclusões do trabalho era que o aspecto de padronização do aprendizado fracassou pois a maior parte dos professores usa a cartilha como uma prescrição do que deve ser feito em sala, mas acrescenta outros pontos, conforme o que possui de recursos em mãos e conforme o conhecimento que tem de seus alunos.